Com a proposta de incluir sinais utilizados por surdos em placas de sinalização de pontos turísticos e culturais do Recife e de Olinda, os designers pernambucanos Klesley Bastos e Giovana Caldas criaram 40 símbolos baseados na Língua Brasileira de Sinais (Libras) com assessoria de dois deficientes auditivos. Os desenhos representam a forma como o surdo identifica diversos pontos turísticos, como o Alto da Sé, o bairro de Boa Viagem, a Casa da Cultura, o Convento Santa Teresa, o Marco Zero e o Mercado daRibeira.Os monumentos foram escolhidos de acordo com a relevância que têm.
“Levar essa língua para as placas turísticas é educativo para a população em geral, que passa a conviver com esses símbolos, e inclui o deficiente na sociedade”, comentam Klesley Bastos e Giovana Caldas.
O projeto foi selecionado pelo Fundo Estadual de Cultura (Funcultura 2013) e desenvolvido ao longo de 2014. Em dezembro de 2014, os designers apresentaram a proposta à Secretaria de Turismo e Lazer do Recife.
“Creio que o designer precisa se aproximar mais dos temas de inclusão e acessibilidade. A categoria foi pouco requisitada e nos ocupamos pouco da questão. Mas temos muito a contribuir com a comunidade surda”, afirma Giovana.
Psicopedagoga e professora de educação especial da rede estadual de ensino, Jaidenise Azevedo considera válida a iniciativa. “O surdo alfabetizado lê o português, no entanto uma placa sinalizada também em Libras faz com que ele se sinta incluído, além de ajudá-lo a se orientar melhor. E é sempre interessante algo novo na inclusão dos deficientes”, declara a professora.
A Secretaria de Turismo e Lazer do Recife recebeu o projeto com entusiasmo, mas informa que as placas de sinalização seguem um padrão determinado pelo Ministério do Turismo. De acordo com a secretaria, a proposta foi encaminhada ao Ministério e a prefeitura espera a resposta, para saber se pode ou não acrescentar os pictolibras nas peças.
De acordo com o Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), há 344.206 pessoas surdas no País. Desse total, 14.217 são de Pernambuco. A Língua Brasileira de Sinais é reconhecida e aceita como a segunda língua oficial brasileira desde 2002, com a Lei Federal nº 10.436, de 24 de abril de 2002. Em 2005, por meio do Decreto nº 5.626, a Libras foi regulamentada como disciplina curricular.
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