sábado, 26 de dezembro de 2015
sexta-feira, 25 de dezembro de 2015
Les Magasins U – Catalogue de Noël 2015
VIDEO. Une publicité pour des jouets unisexes n'amuse pas les militants de Manif pour tous
La campagne, créée pour Noël par l'enseigne Super U, a été critiquée par certains internautes proches de ce mouvement sur Twitter.
Super U défend les jouets unisexes et cela agace les militants de la Manif pour tous. L'enseigne de grande distribution a lancé une publicité avec des jouets unisexes, à l'occasion des fêtes de Noël, rapporte le Huffington Post, mardi 22 décembre. "Il n'existe pas de jouets pour les filles ou pour les garçons, mais des jouets, tout simplement", affirme Super U dans la vidéo où l'on peut voir une fillette manier une perceuse ou un petit garçon s'occuper d'une poupée.
L'initiative a été largement saluée sur Twitter, à commencer par la secrétaire d'Etat chargée des Droits des femmes. "Bravo la Coopérative U, qui s'engage contre les stéréotypes !", a déclaré Pascale Boistard, le 18 décembre
Os alunos especiais cresceram e já andam no secundário - Público 25/12/2015
Graça Barbosa Ribeiro
Enquanto os colegas de turma estudam trigonometria e lêem o Sermão de Santo António aos Peixes estes jovens estão a aprender quanto são “três mais um” e como se escreve um sumário. Com o alargamento da escolaridade obrigatória chegaram às escolas secundárias.
Rui Gaudêncio/Arquivo |
Enquanto os colegas de turma estudam trigonometria e lêem o Sermão de Santo António aos Peixes estes jovens estão a aprender quanto são “três mais um” e como se escreve um sumário. Com o alargamento da escolaridade obrigatória chegaram às escolas secundárias.
Quando o toque de entrada interrompe o bulício próprio de uma escola com 1500 alunos, as portas das salas de aula funcionam como uma espécie de funil para onde escorre a multidão, que em segundos deixa o corredor vazio. Numa dessas salas da secundária Avelar Brotero, em Coimbra, entram apenas cinco adolescentes. O resto da sua turma, do 11.º ano do curso profissional de Multimédia, estará a aprender estatística ou trigonometria. Estes sentam-se, abrem os dossiers e copiam, do quadro, o sumário. Vão corrigir a ficha de avaliação de Matemática e a professora, Ana Janela, aproveita para fazer revisões: “1+1? 2+1? 3+1?”
Para Manuel, Miguel e Áurea, o resultado não é óbvio. Não teriam dificuldades se estivessem a contar maçãs, lápis, pedras – qualquer coisa que pudessem ver e tocar. E é por isso mesmo que a professora insiste: “Manel, 4+1?” Para estes jovens que têm 18, 17 e 16 anos, respectivamente, explorar a capacidade de abstracção representa “um esforço imenso, mas necessário”, explica Paula Baião Constantino, a coordenadora da Educação Especial na escola. “Eles só serão capazes se as pessoas, à volta, acreditarem que são capazes”, diz.
Tal como Luís, de 18 anos, e Ana, de 17, Manuel, Miguel e Áurea fazem parte das crianças e jovens com necessidades educativas especiais (NEE) que frequentam as escolas portuguesas – 75.032, em 2013/2014. Mas integram um grupo particular: o daqueles que, devido a défices cognitivos mais ou menos severos, associados ou não a outras doenças, têm, desde o ensino básico, um Currículo Específico Individual (CEI), a medida mais restritiva do universo das que são aplicadas aos alunos com NEE. Há menos de uma década seriam conhecidos como deficientes mentais e estariam confinados às escolas de ensino especial. Hoje estão no ensino regular: são 13.037 e 2158 estão no secundário.
“Então? 4+1?” É Miguel que responde: “Cinco”. Como Manuel, Miguel tem Trissomia 21. Sabe ler, escrever, comunica com a mãe por SMS, utiliza o chat do Facebook, tem aulas de música e joga basquetebol fora da escola. Fez parte dos primeiros grupos de crianças a beneficiar da legislação de 2008 que esvaziou as escolas de ensino especial e abriu as portas do ensino básico a crianças com NEE até aos 15 anos ou ao 9.º ano de escolaridade. Mais tarde, há três anos, apanhou o alargamento da escolaridade obrigatória para o 12.º ano ou 18 de idade.
Transição sem recursos
Nenhuma das transições foi fácil. No ensino básico, os alunos com CEI acompanham a turma do 5.º ano para o 6.º, deste para o 7.º e assim sucessivamente, mas não partilham necessariamente com ela a sala de aula, não fazem testes ou exames e também não têm direito a diploma. Podem estar com a turma em várias disciplinas, em apenas duas, uma ou em nenhuma – depende do que é definido como adequado a cada um deles.
Enquanto aos colegas é pedido que aprendam gramática e façam equações, a estas crianças podem ser colocadas metas aparentemente tão simples como escrever o próprio nome, apanhar o autocarro certo para chegar à escola ou saber determinar a quantidade de leite necessária para fazer uma mousse de chocolate.
Alguns, não serão capazes de cumprir qualquer uma destas tarefas, outros conseguem fazer muito mais. Nem a todos são dadas as condições desejáveis, como denunciou há pouco mais de um ano o Conselho Nacional de Educação (CNE). “A atitude voluntarista do legislador não encontra respaldo na capacidade de mobilização equitativa de recursos”, pode ler-se no relatório daquele órgão consultivo do Governo, publicado em Julho de 2014.
Dois anos antes, já investigadores de Educação Especial e dirigentes de associações de pais e de professores e investigadores tinham alertado para os problemas que surgiriam daí a meses, quando os alunos com défice cognitivo chegassem às escolas do ensino secundário.
Escolas “tiveram de reagir”
Nessa altura, aquela que à época era própria directora de serviços de Educação Especial do Ministério da Educação e Ciência, Filomena Pereira, admitiu que as escolas pudessem “não estar preparadas". “Mas quando um pai e uma mãe têm um filho deficiente, também não estão e reagem”, comparou, em declarações ao PÚBLICO.
“Tiveram de reagir. Que remédio…. Só que umas reagiram melhor e outras pior, sempre de acordo com as circunstâncias de cada uma e segundo a sensibilidade dos professores e das direcções – não há garantias de equidade”, comenta, hoje, João Adelino Santos, professor de Educação Especial e director do Agrupamento de Escolas de Vila Nova de Paiva, que há anos vem acompanhando e tomando posições sobre o processo no seu blogue, o Incluso.
A primeira portaria a definir o modelo de integração de alunos com CEI no secundário, publicada já os estudantes estavam na escola, foi contestada por pais, por professores e pelo próprio CNE, antes de ser revogada, este ano. Quer João Adelino Santos quer Paula Baião Constantino afirmam que ela era “tão absurda, que nunca foi aplicada”. Era prescritiva em relação ao que os jovens tinham de aprender e definia que eles só deveriam passar cinco horas por semana na escola – “Era uma espécie de regresso ao ensino especial dos jovens com défice cognitivo”, resumem.
Depois de vários debates na Assembleia da República e de recomendações dos próprios partidos que sustentavam o Governo, o PSD e o CDS/PP, o controlo do processo foi entregue às escolas do secundário, que passaram a ser responsáveis pelo desenho dos CEI e pela organização dos Planos Individuais de Transição (PIT) para a vida pós-escolar dos alunos, que implicam algum contacto com o meio profissional.
Inclusão, numa sala à parte
“Em cada escola se faz o melhor que a direcção e professores sabem”, acredita João Adelino Santos. O que isso significa, não sabe. Por exemplo: será que em alguma os jovens estão com as turmas de referência noutra aula que não a de Educação Física? “Os professores nem têm formação para lidar com estas crianças nem meios para o fazer. Com turmas de quase 30 alunos (porque a legislação não prevê a redução do número de estudantes, nestes casos) não conseguem atender à heterogeneidade dos restantes, quanto mais destes…”, comenta Paula Constantino.
Ana Janela é professora de Educação Especial e abriu a manhã com uma aula de Português. Ana, Áurea, Luís, Manuel e Miguel começaram por contar o que fizeram no fim-de-semana, uma actividade que ocupa a maior parte da aula. Nem para todos é fácil perceber que o fim-de-semana tem dois dias, o sábado e o domingo, e que cada um se pode dividir em manhã, tarde e noite. Têm de se concentrar, para recordar e situar no espaço e no tempo o que fizeram.
Enquanto os colegas da turma estudam o Sermão de Santo António aos Peixes e se preparam para ler Os Maias, os cinco adolescentes observam Ana Janela, que desenha no quadro uma tabela com duas colunas, uma para cada dia, divididas, na horizontal, em três blocos, correspondentes à manhã, tarde e noite. Interrogando pacientemente cada aluno vai preenchendo os quadrados, ao mesmo tempo que aproveita qualquer pretexto para estender a conversa à turma. Se o Miguel foi apanhar azeitonas, Ana Janela quer saber quem conhece o nome da árvore.
A professora aproveita a conversa, também, para ensinar regras que depois lhes há-de mostrar sistematizadas, num PowerPoint: “comunicamos com palavras e com o corpo; devemos estar atentos quando o outro fala; olhá-lo nos olhos, não o interromper, guardar algum espaço, não lhe tocar”, explica, pouco antes de o som da campainha soar para a saída e Miguel a abraçar.
“E se fosse 13+6?”
Mesmo dentro da pequenina turma, cada um dos alunos é muito diferente dos outros. Por exemplo, Ana e Luís fizeram uma ficha de avaliação de Matemática “ajustada às suas competências”. Para eles, a correcção está no lado esquerdo do quadro branco: “9+4=13; 13+4=17; 19+4=21”. “E se fosse 13+6?”, pergunta a professora. Luís, que entre outros problemas tem hiperactividade, está impaciente e diz de imediato que não sabe. Ana conta seis dedos, despachada: “14, 15, 16, 17, 18, 19. Dezanove!”
Ana é chamada muitas vezes a ajudar a professora. E também ajuda quando não é chamada a fazê-lo – levanta-se sem aviso e vai ver se um colega deu erros ortográficos. Luís faz o mesmo, mas só em relação a Áurea. É um rapaz alto e forte, que se apressa a responder sempre que ela hesita e que lhe rouba o dossier para o abrir na página certa quando Áurea ainda o está a folhear. Começaram a namorar há seis meses e não há conselhos de pais e professores capazes de convencer o rapaz de que a hiperprotecção em relação à menina de traços delicados e sorriso doce lhe está a fazer mais mal do que bem.
“Deixa a Áurea responder, Luís! Dá-lhe espaço! Deixa-a crescer!”, pedem os professores. “Gosto tanto dela! Estou sempre a pensar nela, a querer falar com ela, a querer estar com ela”, comenta, no recreio, Luís, de sorriso rasgado, o braço sobre os ombros de Áurea, que se aninha naquele abraço. Ela tapa o sorriso com a mão, envergonhada. Luís enche-a de beijos alegres: “Merece tudo”.
Autónomos, como os outros
Não andam atrás uns dos outros. No intervalo dirigem-se todos para a cantina, mas separados. Mal saem da sala, ou estão abraçados, como Áurea e Luís, ou cada um deles é engolido pela multidão de colegas que voltam a encher o corredor quando a campainha toca. Ninguém se aflige: já conhecem todos os cantos da escola enorme e são autónomos – sabem carregar com dinheiro os cartões que usam para adquirir material escolar ou as refeições, vão para a fila, transportam os tabuleiros até às mesas e sentam-se onde querem.
É assim que se forma um dos grupos. A uma das mesas Áurea, Luís e Ana encontram-se com Ana Filipa e João, alunos do 12.º ano que também têm currículo específico individual.
Luís, que faz as apresentações, revela, com um risinho, que Ana e João são namorados. “Uma história complicada”, diz João, depois de se fingir zangado com a inconfidência. Trata Ana por “amor” e daí a algumas horas há-de fazê-la chorar, quando, num convívio de Outono, aceitar cantar “O meu Verão não acabou”, de FF. Namoraram, acabaram, e recomeçaram precisamente no Verão: “Então, amor!?”, dirá João, a rir, contente por Ana se ter emocionado.
Ao almoço, João, de 20 anos, diz gostava de ser cantor. Ou professor. Para já, vai fazer um dos cursos profissionais para pessoas com deficiência e incapacidades, disponíveis numa das instituições da cidade, para ficar com o diploma do 9.º ano e uma certidão profissional. “Depois, quem sabe? Ainda sou novo. Tenho tempo”.
Paula Constantino aponta João como exemplo de um dos alunos com CEI que poderiam ter tido uma vida diferente. Vasco, que está no 10.º ano, é outro que “tem muitas capacidades”: “Não sei se no ensino básico se explorou ao limite a possibilidade de eles se manterem no ensino regular, num curso de Educação e Formação, por exemplo”.
Agora não há nada a fazer. Não podem frequentar um curso profissional ou, sequer, vocacional, no ensino regular, porque antes não tiveram um currículo normal. Eles não se importam: “Estou bem assim”, diz João.
Sem perdão
Já almoçaram, a cantina foi-se esvaziando da primeira leva de alunos. Eles ficam para trás, a conversar: no básico, nem um gostava de estar com a turma de referência; Ana diz que os colegas lhe chamavam "estúpida", de Luís diziam que era "burro"; João despacha o assunto, não lhe apetece falar disso, mas adianta que resolveu "problemas parecidos” à sua maneira. Ana diz que se encolhia. Conta que alguns dos antigos colegas já tentaram contactá-la através do Facebook, mas ela não lhes perdoa: “Nunca”.
Agora, a questão não se põe. Tanto, pelo menos. Ana Filipa diz que já lhe aconteceu ir sentar-se na mesa dos colegas de turma, só porque não havia outro lugar, e dizerem-lhe “aqui não” ou “está ocupado”. Luís, Ana e João não têm motivos de queixa nem de satisfação – só estão com eles a Educação Física e uma ou outra vez, quando há festas. Parecem ignorar-se mutuamente, como hão-de fazer daqui a meia hora, quando se encontrarem para um magusto.
Os quatro dão-se bem com os restantes alunos com CEI e todos parecem ser, realmente, amigos. Mostram-se alegres. Apoiam-se nas aulas e nos balneários, conversam nos intervalos, trocam mensagens de telemóvel ou de Facebook ao fim-de-semana, às vezes encontram-se fora da escola.
Dizem que são “mais felizes agora”, no secundário. “O ensino é mais exigente, mas os professores já não andam tanto em cima de nós; somos responsabilizados, mas também somos mais livres, estamos à vontade”, explica Vasco, que está no 10.º ano.
Antes do magusto, os alunos com CEI representam, para os colegas da turma de Multimédia, uma curtíssima peça sobre a lenda de São Martinho. Ensaiaram na aula de Português, mas não correu bem e estão ansiosos. Com as folhas de papel a tremer-lhes nas mãos lêem as frases que não conseguiram decorar, mesmo que que elas se resumam a duas palavras: “Tenho frio”.
Durante a peça nunca se faz silêncio – muitos dos colegas que assistem brincam, conversam entre si e riem baixinho de outras coisas. Os actores parecem não dar por isso. Quando a peça acaba, sorriem, aliviados. Vão ao centro da sala de actividades e fazem vénias para os aplausos. Não tarda, voltarão a encontrar-se com o resto da turma, para a aula de Educação Física.
Preparar a integração é discriminar?
A aula, no campo de jogos exterior da escola, decorre forma tensa e confusa. Os 22 alunos da turma de referência obrigam à vigilância permanente da professora. Apesar de esta se mostrar firme e severa, muitos desobedecem, riem nas suas costas, falam enquanto ela dá indicações.
É o único momento do dia em que é perceptível o desconforto dos cinco alunos com CEI. Juntam-se num extremo do campo de jogos. E, apesar do vaivém da professora e da atenção constante de uma auxiliar de acção educativa, Ana Ladeiro, não sossegam..
Miguel quer praticar ténis sozinho, Manuel chora porque quer uma bola grande, Luís só quer jogar com Áurea e Ana interrompe várias vezes o que está a fazer, por se sentir indisposta. Durante alguns momentos, ao longo da aula, um ou outro faz o mesmo que o resto da turma, mas nunca todos ao mesmo tempo e nunca com os outros colegas.
A professora, Cristina Ferreira, mostra-se cansada e desanimada. “Sou a favor da inclusão, mas isto não é inclusão. Tínhamos de ser, pelo menos, dois professores, e deviam escolher a dedo a turma em que integram estes alunos e prepará-la, de alguma forma. Esta, com jovens com comportamentos desajustados e que não são solidários, não é adequada”, comenta.
Paula Constantino não pensa da mesma maneira. “Chegar a uma turma e dizer: “Vão ter colegas especiais, tratem-nos de forma especial”, não é, à partida, estar a promover a discriminação?”
Antes de tocar para a saída, todos regressam ao balneário. Miguel e Manuel são os primeiros a reaparecer e a aproximar-se de Ana Ladeiro, que espera por ambos, para os acompanhar ao portão da escola. Já não há sinais de lágrimas ou de nervosismo. Vêm sorridentes. Miguel – tal como fez com as professoras de Educação Especial – cumprimenta-a, mais uma vez, com um abraço: "Gosto de ti".
Para Manuel, Miguel e Áurea, o resultado não é óbvio. Não teriam dificuldades se estivessem a contar maçãs, lápis, pedras – qualquer coisa que pudessem ver e tocar. E é por isso mesmo que a professora insiste: “Manel, 4+1?” Para estes jovens que têm 18, 17 e 16 anos, respectivamente, explorar a capacidade de abstracção representa “um esforço imenso, mas necessário”, explica Paula Baião Constantino, a coordenadora da Educação Especial na escola. “Eles só serão capazes se as pessoas, à volta, acreditarem que são capazes”, diz.
Tal como Luís, de 18 anos, e Ana, de 17, Manuel, Miguel e Áurea fazem parte das crianças e jovens com necessidades educativas especiais (NEE) que frequentam as escolas portuguesas – 75.032, em 2013/2014. Mas integram um grupo particular: o daqueles que, devido a défices cognitivos mais ou menos severos, associados ou não a outras doenças, têm, desde o ensino básico, um Currículo Específico Individual (CEI), a medida mais restritiva do universo das que são aplicadas aos alunos com NEE. Há menos de uma década seriam conhecidos como deficientes mentais e estariam confinados às escolas de ensino especial. Hoje estão no ensino regular: são 13.037 e 2158 estão no secundário.
“Então? 4+1?” É Miguel que responde: “Cinco”. Como Manuel, Miguel tem Trissomia 21. Sabe ler, escrever, comunica com a mãe por SMS, utiliza o chat do Facebook, tem aulas de música e joga basquetebol fora da escola. Fez parte dos primeiros grupos de crianças a beneficiar da legislação de 2008 que esvaziou as escolas de ensino especial e abriu as portas do ensino básico a crianças com NEE até aos 15 anos ou ao 9.º ano de escolaridade. Mais tarde, há três anos, apanhou o alargamento da escolaridade obrigatória para o 12.º ano ou 18 de idade.
Transição sem recursos
Nenhuma das transições foi fácil. No ensino básico, os alunos com CEI acompanham a turma do 5.º ano para o 6.º, deste para o 7.º e assim sucessivamente, mas não partilham necessariamente com ela a sala de aula, não fazem testes ou exames e também não têm direito a diploma. Podem estar com a turma em várias disciplinas, em apenas duas, uma ou em nenhuma – depende do que é definido como adequado a cada um deles.
Enquanto aos colegas é pedido que aprendam gramática e façam equações, a estas crianças podem ser colocadas metas aparentemente tão simples como escrever o próprio nome, apanhar o autocarro certo para chegar à escola ou saber determinar a quantidade de leite necessária para fazer uma mousse de chocolate.
Alguns, não serão capazes de cumprir qualquer uma destas tarefas, outros conseguem fazer muito mais. Nem a todos são dadas as condições desejáveis, como denunciou há pouco mais de um ano o Conselho Nacional de Educação (CNE). “A atitude voluntarista do legislador não encontra respaldo na capacidade de mobilização equitativa de recursos”, pode ler-se no relatório daquele órgão consultivo do Governo, publicado em Julho de 2014.
Dois anos antes, já investigadores de Educação Especial e dirigentes de associações de pais e de professores e investigadores tinham alertado para os problemas que surgiriam daí a meses, quando os alunos com défice cognitivo chegassem às escolas do ensino secundário.
Escolas “tiveram de reagir”
Nessa altura, aquela que à época era própria directora de serviços de Educação Especial do Ministério da Educação e Ciência, Filomena Pereira, admitiu que as escolas pudessem “não estar preparadas". “Mas quando um pai e uma mãe têm um filho deficiente, também não estão e reagem”, comparou, em declarações ao PÚBLICO.
“Tiveram de reagir. Que remédio…. Só que umas reagiram melhor e outras pior, sempre de acordo com as circunstâncias de cada uma e segundo a sensibilidade dos professores e das direcções – não há garantias de equidade”, comenta, hoje, João Adelino Santos, professor de Educação Especial e director do Agrupamento de Escolas de Vila Nova de Paiva, que há anos vem acompanhando e tomando posições sobre o processo no seu blogue, o Incluso.
A primeira portaria a definir o modelo de integração de alunos com CEI no secundário, publicada já os estudantes estavam na escola, foi contestada por pais, por professores e pelo próprio CNE, antes de ser revogada, este ano. Quer João Adelino Santos quer Paula Baião Constantino afirmam que ela era “tão absurda, que nunca foi aplicada”. Era prescritiva em relação ao que os jovens tinham de aprender e definia que eles só deveriam passar cinco horas por semana na escola – “Era uma espécie de regresso ao ensino especial dos jovens com défice cognitivo”, resumem.
Depois de vários debates na Assembleia da República e de recomendações dos próprios partidos que sustentavam o Governo, o PSD e o CDS/PP, o controlo do processo foi entregue às escolas do secundário, que passaram a ser responsáveis pelo desenho dos CEI e pela organização dos Planos Individuais de Transição (PIT) para a vida pós-escolar dos alunos, que implicam algum contacto com o meio profissional.
“Em cada escola se faz o melhor que a direcção e professores sabem”, acredita João Adelino Santos. O que isso significa, não sabe. Por exemplo: será que em alguma os jovens estão com as turmas de referência noutra aula que não a de Educação Física? “Os professores nem têm formação para lidar com estas crianças nem meios para o fazer. Com turmas de quase 30 alunos (porque a legislação não prevê a redução do número de estudantes, nestes casos) não conseguem atender à heterogeneidade dos restantes, quanto mais destes…”, comenta Paula Constantino.
Ana Janela é professora de Educação Especial e abriu a manhã com uma aula de Português. Ana, Áurea, Luís, Manuel e Miguel começaram por contar o que fizeram no fim-de-semana, uma actividade que ocupa a maior parte da aula. Nem para todos é fácil perceber que o fim-de-semana tem dois dias, o sábado e o domingo, e que cada um se pode dividir em manhã, tarde e noite. Têm de se concentrar, para recordar e situar no espaço e no tempo o que fizeram.
Enquanto os colegas da turma estudam o Sermão de Santo António aos Peixes e se preparam para ler Os Maias, os cinco adolescentes observam Ana Janela, que desenha no quadro uma tabela com duas colunas, uma para cada dia, divididas, na horizontal, em três blocos, correspondentes à manhã, tarde e noite. Interrogando pacientemente cada aluno vai preenchendo os quadrados, ao mesmo tempo que aproveita qualquer pretexto para estender a conversa à turma. Se o Miguel foi apanhar azeitonas, Ana Janela quer saber quem conhece o nome da árvore.
A professora aproveita a conversa, também, para ensinar regras que depois lhes há-de mostrar sistematizadas, num PowerPoint: “comunicamos com palavras e com o corpo; devemos estar atentos quando o outro fala; olhá-lo nos olhos, não o interromper, guardar algum espaço, não lhe tocar”, explica, pouco antes de o som da campainha soar para a saída e Miguel a abraçar.
“E se fosse 13+6?”
Mesmo dentro da pequenina turma, cada um dos alunos é muito diferente dos outros. Por exemplo, Ana e Luís fizeram uma ficha de avaliação de Matemática “ajustada às suas competências”. Para eles, a correcção está no lado esquerdo do quadro branco: “9+4=13; 13+4=17; 19+4=21”. “E se fosse 13+6?”, pergunta a professora. Luís, que entre outros problemas tem hiperactividade, está impaciente e diz de imediato que não sabe. Ana conta seis dedos, despachada: “14, 15, 16, 17, 18, 19. Dezanove!”
Ana é chamada muitas vezes a ajudar a professora. E também ajuda quando não é chamada a fazê-lo – levanta-se sem aviso e vai ver se um colega deu erros ortográficos. Luís faz o mesmo, mas só em relação a Áurea. É um rapaz alto e forte, que se apressa a responder sempre que ela hesita e que lhe rouba o dossier para o abrir na página certa quando Áurea ainda o está a folhear. Começaram a namorar há seis meses e não há conselhos de pais e professores capazes de convencer o rapaz de que a hiperprotecção em relação à menina de traços delicados e sorriso doce lhe está a fazer mais mal do que bem.
“Deixa a Áurea responder, Luís! Dá-lhe espaço! Deixa-a crescer!”, pedem os professores. “Gosto tanto dela! Estou sempre a pensar nela, a querer falar com ela, a querer estar com ela”, comenta, no recreio, Luís, de sorriso rasgado, o braço sobre os ombros de Áurea, que se aninha naquele abraço. Ela tapa o sorriso com a mão, envergonhada. Luís enche-a de beijos alegres: “Merece tudo”.
Autónomos, como os outros
Não andam atrás uns dos outros. No intervalo dirigem-se todos para a cantina, mas separados. Mal saem da sala, ou estão abraçados, como Áurea e Luís, ou cada um deles é engolido pela multidão de colegas que voltam a encher o corredor quando a campainha toca. Ninguém se aflige: já conhecem todos os cantos da escola enorme e são autónomos – sabem carregar com dinheiro os cartões que usam para adquirir material escolar ou as refeições, vão para a fila, transportam os tabuleiros até às mesas e sentam-se onde querem.
É assim que se forma um dos grupos. A uma das mesas Áurea, Luís e Ana encontram-se com Ana Filipa e João, alunos do 12.º ano que também têm currículo específico individual.
Luís, que faz as apresentações, revela, com um risinho, que Ana e João são namorados. “Uma história complicada”, diz João, depois de se fingir zangado com a inconfidência. Trata Ana por “amor” e daí a algumas horas há-de fazê-la chorar, quando, num convívio de Outono, aceitar cantar “O meu Verão não acabou”, de FF. Namoraram, acabaram, e recomeçaram precisamente no Verão: “Então, amor!?”, dirá João, a rir, contente por Ana se ter emocionado.
Ao almoço, João, de 20 anos, diz gostava de ser cantor. Ou professor. Para já, vai fazer um dos cursos profissionais para pessoas com deficiência e incapacidades, disponíveis numa das instituições da cidade, para ficar com o diploma do 9.º ano e uma certidão profissional. “Depois, quem sabe? Ainda sou novo. Tenho tempo”.
Paula Constantino aponta João como exemplo de um dos alunos com CEI que poderiam ter tido uma vida diferente. Vasco, que está no 10.º ano, é outro que “tem muitas capacidades”: “Não sei se no ensino básico se explorou ao limite a possibilidade de eles se manterem no ensino regular, num curso de Educação e Formação, por exemplo”.
Agora não há nada a fazer. Não podem frequentar um curso profissional ou, sequer, vocacional, no ensino regular, porque antes não tiveram um currículo normal. Eles não se importam: “Estou bem assim”, diz João.
Sem perdão
Já almoçaram, a cantina foi-se esvaziando da primeira leva de alunos. Eles ficam para trás, a conversar: no básico, nem um gostava de estar com a turma de referência; Ana diz que os colegas lhe chamavam "estúpida", de Luís diziam que era "burro"; João despacha o assunto, não lhe apetece falar disso, mas adianta que resolveu "problemas parecidos” à sua maneira. Ana diz que se encolhia. Conta que alguns dos antigos colegas já tentaram contactá-la através do Facebook, mas ela não lhes perdoa: “Nunca”.
Agora, a questão não se põe. Tanto, pelo menos. Ana Filipa diz que já lhe aconteceu ir sentar-se na mesa dos colegas de turma, só porque não havia outro lugar, e dizerem-lhe “aqui não” ou “está ocupado”. Luís, Ana e João não têm motivos de queixa nem de satisfação – só estão com eles a Educação Física e uma ou outra vez, quando há festas. Parecem ignorar-se mutuamente, como hão-de fazer daqui a meia hora, quando se encontrarem para um magusto.
Os quatro dão-se bem com os restantes alunos com CEI e todos parecem ser, realmente, amigos. Mostram-se alegres. Apoiam-se nas aulas e nos balneários, conversam nos intervalos, trocam mensagens de telemóvel ou de Facebook ao fim-de-semana, às vezes encontram-se fora da escola.
Dizem que são “mais felizes agora”, no secundário. “O ensino é mais exigente, mas os professores já não andam tanto em cima de nós; somos responsabilizados, mas também somos mais livres, estamos à vontade”, explica Vasco, que está no 10.º ano.
Antes do magusto, os alunos com CEI representam, para os colegas da turma de Multimédia, uma curtíssima peça sobre a lenda de São Martinho. Ensaiaram na aula de Português, mas não correu bem e estão ansiosos. Com as folhas de papel a tremer-lhes nas mãos lêem as frases que não conseguiram decorar, mesmo que que elas se resumam a duas palavras: “Tenho frio”.
Durante a peça nunca se faz silêncio – muitos dos colegas que assistem brincam, conversam entre si e riem baixinho de outras coisas. Os actores parecem não dar por isso. Quando a peça acaba, sorriem, aliviados. Vão ao centro da sala de actividades e fazem vénias para os aplausos. Não tarda, voltarão a encontrar-se com o resto da turma, para a aula de Educação Física.
Preparar a integração é discriminar?
A aula, no campo de jogos exterior da escola, decorre forma tensa e confusa. Os 22 alunos da turma de referência obrigam à vigilância permanente da professora. Apesar de esta se mostrar firme e severa, muitos desobedecem, riem nas suas costas, falam enquanto ela dá indicações.
É o único momento do dia em que é perceptível o desconforto dos cinco alunos com CEI. Juntam-se num extremo do campo de jogos. E, apesar do vaivém da professora e da atenção constante de uma auxiliar de acção educativa, Ana Ladeiro, não sossegam..
Miguel quer praticar ténis sozinho, Manuel chora porque quer uma bola grande, Luís só quer jogar com Áurea e Ana interrompe várias vezes o que está a fazer, por se sentir indisposta. Durante alguns momentos, ao longo da aula, um ou outro faz o mesmo que o resto da turma, mas nunca todos ao mesmo tempo e nunca com os outros colegas.
A professora, Cristina Ferreira, mostra-se cansada e desanimada. “Sou a favor da inclusão, mas isto não é inclusão. Tínhamos de ser, pelo menos, dois professores, e deviam escolher a dedo a turma em que integram estes alunos e prepará-la, de alguma forma. Esta, com jovens com comportamentos desajustados e que não são solidários, não é adequada”, comenta.
Paula Constantino não pensa da mesma maneira. “Chegar a uma turma e dizer: “Vão ter colegas especiais, tratem-nos de forma especial”, não é, à partida, estar a promover a discriminação?”
Antes de tocar para a saída, todos regressam ao balneário. Miguel e Manuel são os primeiros a reaparecer e a aproximar-se de Ana Ladeiro, que espera por ambos, para os acompanhar ao portão da escola. Já não há sinais de lágrimas ou de nervosismo. Vêm sorridentes. Miguel – tal como fez com as professoras de Educação Especial – cumprimenta-a, mais uma vez, com um abraço: "Gosto de ti".
quarta-feira, 23 de dezembro de 2015
terça-feira, 22 de dezembro de 2015
10 dicas na hora de comprar presentes de Natal para crianças com deficiência!
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As lojas de brinquedo ficam cheias de compradores nesta época do ano, afinal de contas Papai Noel precisa aparecer na noite de Natal!! Só tem um probleminha, os ajudantes de Papai Noel, ou melhor falando, os vendedores de loja, nem sempre estão preparados para orientar pais e familiares na hora da escolha dos presentes para crianças com deficiência.
A escolha de brinquedos apropriados é importante porque o brinquedo é uma ferramenta que auxilia no desenvolvimento das capacidades, além de ser um objeto de diversão, claro! Ou seja, se existem brinquedos apropriados, de acordo com a faixa etária da criança, existem também brinquedos apropriados para o perfil funcional das mesmas, ou seja, as habilidades que ela já possui e as outras que ela precisa desenvolver. Imagina só ter um brinquedo super legal, mas que você não consegue manipular ou usar? Frustrante, né?
Para evitar escolhas erradas ou baseadas no “achismo”, The National Institute of Play fez uma lista de 10 características que devem ser consideradas na hora de comprar brinquedos para as crianças com deficiência:
Estimulação multisensorial: prefira brinquedos com informações e respostas sensoriais, cores, texturas, sons e movimentos. Cores contrastantes são excelentes estímulos visuais; e quem sabe algum com cheirinhos específicos?
Método de ativação: será que o brinquedo tem um método de ativação que exige coordenação, força ou destreza compatível com as habilidades da criança? Preste atenção neste detalhe, bem como na complexidade do brinquedo ou jogo. Existem crianças que, independente da idade, precisam de desafios menores quando comparadas a outras da mesma idade.
Onde e como será usado brinquedo: o brinquedo pode ser usado em uma variedade de posições, tais como: deitado de lado ou na bandeja da cadeira de rodas? No ambiente da criança existe espaço para o brinquedo? Certifique-se que o espaço necessário para o uso a criança tem a seu dispor.
As oportunidades de sucesso: o brinquedo tem uma finalidade adaptável, ou somente um definitivo “certo”ou “errado”? Será muito bom se você achar um brinquedo que permita vários resultados, assim a criança terá várias oportunidades de usar sem se frustrar. Este item tem relação com outro já visto “método de ativação” e busca sensibilizar para a mesma coisa: os desafios que o brinquedo impõe e se estes são compatíveis com as habilidades da criança.
Popularidade atual: brinquedos com temas populares para a faixa etária sempre são ótimas escolhas. Procure saber que temas e personagens estão na moda entre os pequenos e procure algo com esse tema.
A autoexpressão: será que o brinquedo permite a criatividade, originalidade e escolhas?
Ajustavél: será que o brinquedo tem altura, volume do som, velocidade e nível de dificuldade ajustáveis?
Características da criança: o brinquedo pode proporcionar atividades que refletem tanto as idades de desenvolvimento e cronológica? Ela reflete os interesses da criança e da idade?
Segurança e durabilidade: considere o tamanho e a força da criança em relação à durabilidade do brinquedo. O brinquedo e as suas partes têm tamanho adequado? O brinquedo possui resistência à umidade? Pode ser lavado e limpo?
Potencial para interação: será que a criança pode ser um participante ativo durante a utilização desse brinquedo? Será que o brinquedo é capaz de encorajar o engajamento social com os outras pessoas?
Essas considerações vão te ajudar na hora da escolha, bem como com o seu objetivo de presentear com algo legal e útil. Claro que nem todas as características precisam existir e um só brinquedo, mas tente reunir a maior quantidade dessas características no item que vai escolher. No mais, boas compras!!
Imagem: Kristina Alexanderson
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segunda-feira, 21 de dezembro de 2015
En Isère, la mère d'un enfant malade peut compter sur la générosité de ses collègues
Une employée d'un hôpital en Isère a obtenu de ses collègues un don de RTT pour qu'elle puisse s'occuper de son enfant malade.
http://www.francetvinfo.fr/societe/en-isere-la-mer
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Pour la maman de Théo, cinq mois, c'est un immense cadeau juste avant les fêtes. Son enfant souffre d'une malformation du larynx qui nécessite des soins quotidiens et une attention de tous les instants. Le don de congés, offerts par ses collègues, et additionnés à ses propres repos, va permettre à Sophie de rester auprès de son fils jusqu'à l'été, juste après que Théo fête son premier anniversaire. "Ça nous change la vie, et on est beaucoup plus sereins", sourit la mère de famille.
56 jours donnés
Sophie est infirmière puéricultrice à l'hôpital de Bourgoin-Jallieu (Isère). Quand ses collègues ont appris la situation, ils n'ont pas hésité : 34 personnes ont donné un total de 56 jours. C'est la loi Mathis qui encadre le don de congés et garantit à la fois l'anonymat des donneurs et l'absence de contreparties. Ce texte adopté en 2014 porte le nom d'un enfant atteint d'un cancer qui a pu être encadré par ses parents grâce à un congé maladie.
Quimper : un restaurateur accusé d'avoir refusé un aveugle à cause de sa chienne guide
Son père a porté plainte pour "attitude discriminatoire". Le restaurateur dément.
Mis à jour le , publié le
ucas, 16 ans, est aveugle depuis l'âge de quatre ans. Il se serait vu refuser l'entrée d'un restaurant de sushis à Quimper (Finistère), au motif qu’il était accompagné de sa chienne guide, rapporte Ouest-France lundi 21 décembre.
Son père, qui a décidé de porter plainte pour "attitude discrimatoire", raconte au quotidien : "Mon fils s’est vu refuser le droit de dîner aux motifs qu’il était accompagné par un chien et que le restaurant servait du poisson frais. Ce refus n’émane pas d’un employé, mais du gérant du restaurant en personne."
L'adolescent était accompagné ce jour-là d’une éducatrice et par d’autres déficients visuels. Les chiens guides sont autorisés à accompagner leur maître dans tous les lieux publics (restaurants, transports, taxis, hôpitaux, lieux de loisirs, etc.).
Contacté par le journal, le restaurateur dément : "Ce n'est pas vrai du tout ! Je n'ai pas refusé ce jeune client. Il s'est installé avec d'autres dans un coin du restaurant. Moi, un moment, je leur ai proposé de les déplacer. Ils n'ont pas voulu. C'est tout. Et ils sont partis."
quarta-feira, 9 de dezembro de 2015
Littérature : "De l'Amour en Autistan"
Josef Schovanec est écrivain et philosophe. S'il est bardé de diplômes, il ne saura jamais conduire une voiture. Atteint du syndrome autistique d'Asperger, il parle de son nouveau livre sur le plateau de France 2, "De l'Amour en Autistan".
Mis à jour le , publié le
- Ecrivain et philosophe, il est bardé de diplômes, est reconnu comme un spécialiste des langues orientales, mais il ne saura jamais conduire une voiture ou faire un nœud de cravate. Il est devenu l'ambassadeur d'un drôle de pays, "l'Autistan" où l'on peut aussi parler d'amour. C'est d'ailleurs le thème de son dernier livre De l'Amour en Autistan, paru chez Plon. L'invité des Cinq Dernières Minutes de France 2, Josef Schovanec, est atteint du syndrome d'Asperger, une forme d'autisme sans déficience intellectuelle.
"Le pays des gens autistes, avec un parfum de rêve"
Mais qu'est-ce que "l'Autistan" ? Josef Schovanec, non sans humour, explique : "L'Autistan, c'est le pays des gens autistes, avec un petit parfum de rêve, l'Asie centrale... Je précise, ce n'est pas une cellule terroriste [...]". Dans ce nouveau livre, l'auteur associe amour et autisme pour "créer un électrochoc et montrer un peu la vie intérieure des gens autistes. Pendant longtemps, on a cru que la vie des gens autistes était pauvre ou un peu stérile. Là au contraire, on essaye de donner la parole à des gens autistes. J'ai eu la chance, au cours de mes pérégrinations, de rencontrer des gens autistes tous les jours, des gens fabuleux, donc j'en ai pris quelques-uns pour faire le livre."
Baisse de la prestation de compensation du handicap : la colère des bénéficiaires
En France, 225.000 personnes bénéficient de la prestation de compensation du handicap (ou PCH). Pour beaucoup, cette aide est indispensable pour se nourrir, se laver ou même travailler. Toutefois, certaines personnes handicapées ont vu le montant de leur PCH diminuer sans explication.
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Sarah est myopathe. Tous ses muscles sont atrophiés. Elle ne peut donc pas effectuer seule les petits gestes du quotidien. Chaque jour, une auxiliaire de vie lui vient en aide. "J'ai besoin d'elle pour tous mes transferts et tout ce qui va nécessiter un peu d'effort physique. S'habiller par exemple, c'est un effort physique. Il faut me baisser, attraper mes pieds, lever les bras, passer un T-shirt par la tête."
Une aide divisée par quatre du jour au lendemain
Depuis 10 ans, la jeune femme bénéficie d'une prestation de compensation du handicap, qui lui permet justement de couvrir les frais de cette aide à domicile. Mais, du jour au lendemain, son montant a été presque divisé par quatre. Avant, Sarah disposait d’un montant lui permettant de financer huit heures d'aide par jour. Maintenant, elle ne peut plus financer que deux heures et vingt-deux minutes : "Résultat, le soir, je ne peux plus sortir de chez moi pour faire des courses ou aller à des activités extérieures", se désole-t-elle.
Jusque là, Sarah était parfaitement autonome. Professeur de français, elle avait même son propre appartement. Mais à 30 ans, elle se retrouve à nouveau tributaire de ses parents. Pour elle, "c'est un gros retour en arrière. L'autonomie, la vie d'adulte que j'avais réussi à construire, elle n'existe plus. Parce que je suis à nouveau dépendante. Et le plaisir, les loisirs, le sortir de chez soi, ça aussi ça n'existe plus. C'est essentiel moralement et aussi physiquement, ça fait partie de la vie. C'est une façon de vivre dignement et d'être bien."
Faute d'aide, les proches obligés de prendre le relais
Les parents de Sarah ont donc pris le relais. Ils l'aident à faire les courses, la conduisent chez le médecin. Ils ont aussi accepté de financer une heure par jour d'aide à domicile. Un somme non négligeable : 250 euros par mois après réduction fiscale. Pour la jeune femme, on marche sur la tête. "S'il n'y avait pas mes parents, je ne pourrai plus aller travailler. C'est un système assez absurde puisque je serai une charge supplémentaire financièrement pour l'Etat, si je n'avais pas d'emploi."
Des budgets de plus en plus serrés pour les départements
Comment expliquer cette baisse ? La prestation de compensation du handicap est une aide individualisée. Elle est attribuée au cas par cas et financée à 60% par les départements, qui n'ont pas toujours le même sens des priorités.
Selon Malika Boubekeur, conseillère nationale sur les politiques de compensation à l'Association des Paralysés de France (APF), "il y a aussi un fait national qui lui est objectif, c'est la pression budgétaire que rencontrent aujourd'hui les conseils départementaux. Et la prestation de compensation fait partie, avec les deux autres allocations, le RSA (revenu de solidarité active) et l'APA (allocation personnalisé d’autonomie), des allocations de solidarités qui aujourd'hui mettent un certain nombre de département dans de grandes difficultés."
Parce qu'elle conteste l'évaluation de ses besoins en aide humaine, Sarah a formulé un recours devant le tribunal du contentieux. Confrontée à d'autres cas similaires, l'Association des Paralysés de France a créé un baromètre pour mieux évaluer le dispositif de compensation.
Hospital pede desculpa por não ter reanimado doente (com sindrome de Down)- Jornal de Notícias
Um hospital britânico admitiu que usou as dificuldades de aprendizagem de um paciente com Síndrome de Down como um dos argumentos para não fazer manobras de reanimação.
Andrew Waters tinha 53 anos quando morreu, em 2011, num hospital de Margate, em Kent. O facto de ter Síndrome de Down e dificuldades de aprendizagem foram motivos apresentados pela equipa médica para não avançar com a reanimação do paciente.
Agora, o hospital veio pedir desculpas à família e admitiu ter violado os direitos humanos de Andrew. "Serão tomadas medidas para garantir que isto não volte a acontecer", escreveu a East Kent Hospitals University NHS Foundation Trust em comunicado, divulgado na Imprensa britânica.
A família de Andrew nunca pediu uma indemnização: "Tudo o que sempre quisemos foi um pedido de desculpas", disse o irmão, Michael Waters. "As pessoas com Síndrome de Down têm o mesmo direito a viver do que tu e eu", acrescentou.
O formulário que a equipa médica preencheu, justificando a decisão de não reanimar o paciente, foi encontrado dentro do saco com os pertences de Andrew. Nem a família nem os cuidadores foram consultados pelo hospital sobre a decisão.
"Não havia nenhum problema com a saúde do Andrew que interferisse com as manobras de reanimação", explicou o irmão. "Ninguém tem o direito de tomar uma decisão destas de uma forma tão vergonhosa", disse.
terça-feira, 8 de dezembro de 2015
Filantropia - Carvalho da Silva - Jornal de Notícias, 2 de Dezembro de 2015
Mark Zuckerberg, o criador do Facebook, e a sua mulher, Priscilla Chan, foram pais. Este acontecimento por si só já daria notícia nos jornais. Mas o que se tornou notícia foi o facto de o casal ter decidido sublinhar o feliz acontecimento com um gesto de espetacular e "moderna" filantropia: a transferência de 99% das ações do Facebook por eles detidos para a instituição Chan Zuckerberg, com suposta missão de "promover o potencial humano" e a "igualdade". A dita instituição parece ser uma empresa, não propriamente uma fundação sem fins lucrativos. Por isso mesmo, imediatamente surgiram dúvidas acerca das reais motivações da decisão do casal: filantropia genuína? Planeamento fiscal? As dúvidas, tendo em conta os precedentes, podem ser justificadas, mas essa não é, talvez, a questão mais importante a discutir.
Com as notícias publicadas, ficámos a saber que as ações do Facebook detidas pelo casal têm o valor de 42 mil milhões de euros, isto é, cerca de um quarto da riqueza produzida anualmente em Portugal. Podemos olhar para este número de diversas formas. Podemos tomá-lo como medida de uma extraordinária generosidade. Mas podemos também recebê-lo com espanto: como é possível um só casal, e até jovem, deter uma tal fortuna? Pode haver esforço ou mérito que justifique tal enormidade?
As questões importantes que o gesto do casal suscita são simples: em que tipo de sociedade estamos a viver? Em que tipo de sociedade queremos viver? Queremos viver numa sociedade em que alguns, muito poucos, têm a possibilidade de acumular fortunas descomunais e em que os recursos para o financiamento de necessidades sociais e para a criação de bases que assegurem direitos universais fundamentais dependem de decisões discricionárias desses privilegiados? Ou pelo contrário, preferimos uma sociedade em que os recursos necessários são obtidos por impostos realmente progressivos (isto é, mais elevados para quem aufere maiores rendimentos ou detém mais riqueza) e aplicados segundo decisões tomadas por instituições democráticas, credenciadas e escrutinadas?
Na verdade não se trata aqui de opor fiscalidade a atos de generosidade ou de querer situar apenas no Estado a responsabilidade social. Generosidade é generosidade e deve ser saudada. O que não é aceitável é que se conferiram privilégios a uma ínfima minoria, incluindo facilidades fiscais e toda uma panóplia de mecanismos "legais" que asseguram a construção de fortunas colossais e até irracionais, para depois ficarmos dependentes, enquanto sociedade, da boa ou má vontade, do grau e do tipo de generosidade que cada um desses privilegiados decida optar. Zuckerberg, numa jogada de oportunidade, não fez mais do que um ato filantrópico, uma ação pessoal de cunho caridoso, que se perspetiva assistencialista, num espaço temporal ainda não determinado, ganhando com isso um grande capital reputacional e de valorização de imagem, pois o tecido social em que se move o Facebook é de escala mundial.
A instituição "de cidadania" ou "empresa-cidadã" que se propõe criar tem por detrás a "contribuição voluntária" de milhões e milhões de seres humanos, que consomem os seus produtos. A face mais relevante desta filantropia empresarial é hoje, sem dúvida, a de grande negócio. São cada vez mais as organizações ou empresas especializadas em gerir estas riquezas acumuladas, ou até os dinheiros públicos se a eles puderem deitar mão, obtendo chorudos lucros no processo de fazer chegar umas migalhas ou serviços mínimos aos mais carenciados. Estamos perante uma espécie de nova divisão do trabalho com "nichos de mercado", incluindo o da pobreza, que visam o lucro mercantil.
A noção de responsabilidade social hoje consolidada a nível europeu inclui um conjunto de princípios que estão felizmente muito para além daquilo que observamos naquelas práticas e, mesmo assim, é muito permissiva quanto a incumprimentos de deveres legais, ou a práticas especulativas de corrupção, entre outras.
O bem-estar social é uma responsabilidade de toda a sociedade e não apenas do Estado. Mas a construção desse bem-estar jamais será possível sem um Estado social de direito democrático.
Um monhé, uma preta, um cigano e uma cega - Pacheco Pereira
A LAGARTIXA E O JACARÉ
Pacheco Pereira
Dezembro 04, 2015
Devem ou não as pessoas ser descritas pela sua cor, religião, limitações físicas ou etnia? Esta é uma discussão clássica na comunicação social com dois campos quase sempre definidos, entre aqueles que acham que é racismo designá-los por essas qualidades, e aqueles que acham que é relevante descrevê -los nestes termos. Neste último grupo há duas variantes, aqueles que acham que essa informação é importante, como é o meu caso, e aqueles que acham que assim os diminuem na sua condição. A informação é relevante porque a diferença contém informação e há muita hipocrisia em não dá-la quando ela está diante dos olhos de toda a gente. Parece que estamos incomodados por eles serem o que são.
Depois há uma componente que não é só informativa é cívica e ética. Claro que ser monhé, preto, cigano ou cego é relevante num mundo de caucasianos brancos (ou mais ou menos brancos) mais ou menos perfeitos dos sentidos e supostamente católicos, apostólicos, romanos e sedentários. Sucede que eu fico muito feliz por o Governo ter um monhé, uma preta, um cigano e uma cega, pressupondo que são competentes e dedicados à sua função, a mesma condição que se coloca aos caucasianos brancos, e não sei se algum ariano louro, que possam fazer parte do Governo. Aqui são todos iguais. Mas o Governo fica melhor porque cada uma destas condições corresponde a uma experiência específica e essa experiência enriquece cada um dos que a tem e, nalguns casos, essa riqueza tem directa relevância para os cargos que exercem, noutros não. Torna-os é pessoas diferentes de nós, porque viram outras coisas, sentiram outras coisas, seja de bom, seja de mau, e a última coisa que quero é pessoas de plástico a governar. Já chega e há demais.
"Monhé" é de todas as designações aquela que tem um claro conteúdo pejorativo, mas estou convencido de que é para o lado com que António Costa vive melhor. Filho de goês, e não de um goês qualquer (como se ser goês fosse na nossa história ser "qualquer"), escritor, militante comunista dos dias do risco, transporta consigo suficiente história e memória de outro mundo para isso o tornar diferente. Ele pode não o dizer, ou sequer o ter consciente, mas não há volta a dar, traz.
Quanto à ministra da Justiça, negra e angolana, teve suficiente e, mais que suficiente, contacto, pessoal e familiar, com o que foi o drama da descolonização e o subsequente duríssimo conflito político, para se ter "feito" com essas dificuldades e ter singrado num meio hostil para uma negra como é o português. Sim, porque os portugueses também são racistas, não todos, mas muitos.
No caso da secretária de Estado que é cega, essa é uma experiência que tem directa relevância para o exercício do seu cargo, e talvez por isso a classificação é mais comummente aceite como sendo informativa. Mas já se discutiria o ser cega se o cargo fosse diferente, como se os cegos não pudessem ser bons ministros das Finanças ou da Defesa. O máximo que se pode dizer é que muito poucos cegos chegariam a um cargo desses devido às maiores dificuldades que teriam que vencer quotidianamente.
Homens e mulheres com vida, turbulenta e pouco convencional, vista quase sempre de lado pelo olhar dos imbecis e dos carreiristas, são tudo menos os betinhosyuppies que no conforto das seus berços dourados, ou na ascensão social pelas carreiras das "jotas", povoam uma parte da nossa vida política. Isto não tem a ver com a esquerda e a direita, mas com o desprezo e a minimização das dificuldades da vida que é natural em quem nunca as teve.
O Prémio Nobel da Economia deste ano, Angus Deaton, dizia isso mesmo quando afirmava que a experiência da pobreza dava olhos diferentes para se ver, compreender e dar importância à pobreza. Não é que todos devam ser pobres, mas quem teve dificuldades olha de um modo geral de forma diferente para as dificuldades dos outros, e isso faz muita falta na vida política demasiado liofilizada dos dias de hoje. Estes homens e mulheres conheceram essas dificuldades por terem cor na pele, serem de uma etnia diferente, ou terem uma limitação nos seus sentidos, e por isso a vida lhes foi mais difícil, e trazem consigo uma coragem especial que está antes da sua vida pública. Não precisam de a nomear, ela existe.
Depois há uma componente que não é só informativa é cívica e ética. Claro que ser monhé, preto, cigano ou cego é relevante num mundo de caucasianos brancos (ou mais ou menos brancos) mais ou menos perfeitos dos sentidos e supostamente católicos, apostólicos, romanos e sedentários. Sucede que eu fico muito feliz por o Governo ter um monhé, uma preta, um cigano e uma cega, pressupondo que são competentes e dedicados à sua função, a mesma condição que se coloca aos caucasianos brancos, e não sei se algum ariano louro, que possam fazer parte do Governo. Aqui são todos iguais. Mas o Governo fica melhor porque cada uma destas condições corresponde a uma experiência específica e essa experiência enriquece cada um dos que a tem e, nalguns casos, essa riqueza tem directa relevância para os cargos que exercem, noutros não. Torna-os é pessoas diferentes de nós, porque viram outras coisas, sentiram outras coisas, seja de bom, seja de mau, e a última coisa que quero é pessoas de plástico a governar. Já chega e há demais.
"Monhé" é de todas as designações aquela que tem um claro conteúdo pejorativo, mas estou convencido de que é para o lado com que António Costa vive melhor. Filho de goês, e não de um goês qualquer (como se ser goês fosse na nossa história ser "qualquer"), escritor, militante comunista dos dias do risco, transporta consigo suficiente história e memória de outro mundo para isso o tornar diferente. Ele pode não o dizer, ou sequer o ter consciente, mas não há volta a dar, traz.
Quanto à ministra da Justiça, negra e angolana, teve suficiente e, mais que suficiente, contacto, pessoal e familiar, com o que foi o drama da descolonização e o subsequente duríssimo conflito político, para se ter "feito" com essas dificuldades e ter singrado num meio hostil para uma negra como é o português. Sim, porque os portugueses também são racistas, não todos, mas muitos.
No caso da secretária de Estado que é cega, essa é uma experiência que tem directa relevância para o exercício do seu cargo, e talvez por isso a classificação é mais comummente aceite como sendo informativa. Mas já se discutiria o ser cega se o cargo fosse diferente, como se os cegos não pudessem ser bons ministros das Finanças ou da Defesa. O máximo que se pode dizer é que muito poucos cegos chegariam a um cargo desses devido às maiores dificuldades que teriam que vencer quotidianamente.
Homens e mulheres com vida, turbulenta e pouco convencional, vista quase sempre de lado pelo olhar dos imbecis e dos carreiristas, são tudo menos os betinhosyuppies que no conforto das seus berços dourados, ou na ascensão social pelas carreiras das "jotas", povoam uma parte da nossa vida política. Isto não tem a ver com a esquerda e a direita, mas com o desprezo e a minimização das dificuldades da vida que é natural em quem nunca as teve.
O Prémio Nobel da Economia deste ano, Angus Deaton, dizia isso mesmo quando afirmava que a experiência da pobreza dava olhos diferentes para se ver, compreender e dar importância à pobreza. Não é que todos devam ser pobres, mas quem teve dificuldades olha de um modo geral de forma diferente para as dificuldades dos outros, e isso faz muita falta na vida política demasiado liofilizada dos dias de hoje. Estes homens e mulheres conheceram essas dificuldades por terem cor na pele, serem de uma etnia diferente, ou terem uma limitação nos seus sentidos, e por isso a vida lhes foi mais difícil, e trazem consigo uma coragem especial que está antes da sua vida pública. Não precisam de a nomear, ela existe.
terça-feira, 1 de dezembro de 2015
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