Com o crescimento exponencial da digitalização da informação na sociedade contemporânea, torna-se fundamental a adoção de políticas em prol da acessibilidade às tecnologias e aos sistemas de informação para todos.
Destacamos a palavra todos, para deixar bem clara a importância de se considerar a diversidade funcional sempre que produzimos ou disponibilizamos informação. A diversidade funcional não diz apenas respeito a pessoas com baixa visão ou a pessoas cegas, a pessoas com dificuldades motoras várias, a pessoas surdas ou com dificuldades auditivas. Neste grupo incluimos também qualquer pessoa que, confrontada com determinado contexto ambiental, tem necessidade de recorrer a um leque mais diversificado de funções que aquelas que consegue obter pelo seu sentido de audição, visão, etc.
Quantas vezes ficamos sem entender um vídeo por não termos acesso ao som? Quantas vezes seria interessante ter o livro que estamos a ler, em áudio, para o continuarmos a ler enquanto conduzimos? Cada vez mais a informação que produzimos/disponibilizamos deve ser pensada para diferentes utilizadores e diferentes contextos de uso. Quanto mais versátil ou flexível o formato, mais útil e eficaz poderá ser, efetivamente, para TODOS.
Com o objetivo de contribuir para um design que se quer cada vez mais universal, o presente tutorial disponibiliza orientações para a criação de documentos digitais acessíveis formatados em Word 2010, PowerPoint 2010 e formato HTML para utilização naWeb.
O desafio era, por um lado, poder aqui dar a conhecer as ferramentas que as aplicações já disponibilizam para criar acessibilidade, mas que, por desconhecimento geral, simplesmente não se utilizam; por outro, como é o caso do capítulo relativo ao HTML, rever a utilidade de aspetos fundamentais e mostrar estratégias úteis na criação e disponibilização de informação.
A ideia para este projeto resultou da nossa experiência de trabalho num contexto universitário, onde tantos são aqueles que produzem informação – professores que disponibilizam os mais diversos materiais de trabalho aos seus estudantes, que publicam artigos e trabalhos de investigação; estudantes dos vários ciclos de ensino; gestores de conteúdos web dos sites institucionais das universidades e outras instituições onde a informação e o acesso à mesma é crucial – e onde tão pouca é aquela informação que de facto tem condições mínimas de acessibilidade. O nosso público-alvo é, assim, constituído por todas essas pessoas, com competências básicas na informática (a única exceção é o capítulo 4 que exige já competências médias) e que pretendem tornar a tarefa de produção e disponibilização de informação mais ágil e rápida para quem produz e mais acessível para quem quer aceder e consultar essa informação.
Tentamos criar/disponibilizar conteúdos em diferentes formatos (vídeo e texto) que possam ser consultados como um todo, mas onde cada aspeto faça também sentido quando consultado isoladamente, obedecendo aos parâmetros mais elementares de criação de acessibilidade para todos e respondendo a diferentes necessidades de consulta.
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