Uma exposição de arte aberta nesta sexta-feira (24), em São Paulo, permite que cegos também apreciem as obras. Não é qualquer um que enxerga detalhes em uma obra de arte. Regina ficou cega na infância. Estar em uma exposição e descobrir a obra de Di Cavalcanti, sem precisar que alguém a descreva, parece um milagre.
“Isso é a verdadeira inclusão, a importância de passar para aquele que não vê a sensação do que é real”, diz Regina Ribeiro da Silva, psicanalista.
São 14 fotografias de pinturas da pinacoteca de São Paulo em exposição no Memorial da Inclusão. Grandes artistas brasileiros do final do século 19 e começo do 20. A novidade são as pranchas em alto-relevo e as maquetes em três dimensões. A exposição não é só pra quem não enxerga, a ideia é estimular os videntes a verem a exposição usando outros sentidos. Para isso, basta colocar uma das máscaras.
“Nós demoramos em torno de seis meses, com pesquisa, preparação dos recursos, os altos-relevos, o braile e a sonorização. É possível e todas as exposições podiam ter essa ideia de usar esse conceito de acessibilidade em seus trabalhos”, ressalta Amanda Tojal Fonseca, curadora da exposição.
A exposição levou Bruno Welber Pereira, cego desde criança, a se sentir incluído na paisagem.
“Uma praia, delicada, sentido o mar, a brisa do mar batendo em você. Acho que isso foi que o artista tentou transmitir e eu consegui também sentir tudo isso”, explica Bruno Welber Pereira, instrutor de informática.
A mostra fica em cartaz até o fim de março, no Memorial da Inclusão.
Fonte: site G1.com
Sem comentários:
Enviar um comentário