quarta-feira, 6 de abril de 2016

Brasil tem mais de mil bebês com microcefalia e lesões neurológicas


Chegou a 1.046 o número de bebês com microcefalia ou alterações do sistema nervoso no país, segundo boletim divulgado nesta terça-feira (5) pelo Ministério da Saúde. Até o momento, 1.814 casos com suspeita foram descartados. Há ainda 4.046 casos notificados em investigação. O país enfrenta um surto de crianças que nasceram com lesões neurológicas associadas à zika.
Do início da epidemia do vírus, registrado em outubro, até o dia 2 de abril, foram confirmadas 51 mortes durante a gestação ou após o parto por alterações no sistema nervoso central. Ainda é investigada a relação de outras 148 mortes com possíveis decorrências da zika.
As notificações são tanto de bebês com cabeça menor do que o esperado, quanto de fetos que apresentam problemas de formação no cérebro ainda na barriga -- mas que possuem perímetro cefálico normal. Todos passam por exames para detectar se há má-formação e se ela foi provocada por uma infecção na mãe, só então entram na contagem de casos confirmados - não só de microcefalia, portanto, mas também de alguma lesão cerebral.
Segundo o Ministério são casos confirmados aqueles que apresentam alterações típicas indicativas de infecção congênita, como calcificações intracranianas ou dilatação dos ventrículos cerebrais entre outros sinais clínicos observados por qualquer método de imagem ou identificação do vírus da zika em testes laboratoriais.


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O Ministério também divulgou os resultados de dois estudos feitos no Nordeste, que indicam que a maior parte das mães com bebês com microcefalia apresentou durante os primeiros meses de gestação erupções cutâneas (manchas vermelhas), sintomas comuns provocados pela infecção por zika.
Um dos trabalhos, publicado em revista do Centro de Controle de Doenças (CDC), dos Estados Unidos, apontou que, de cem mães de crianças com a má-formação entrevistadas em Pernambuco, 59 notaram a ocorrência de erupções na pele durante a gestação.

Na Paraíba, dados preliminares de um estudo de caso controle, feito em parceria entre CDC e o governo local, notou também que a maior parte das mulheres com bebês com a síndrome apresentaram, durante os primeiros três meses da gestação, erupções cutâneas.


61 países desde 2015

A OMS (Organização Mundial da Saúde) recebeu notificações de presença do vírus da zika em 61 países do início de 2007 até o dia 30 de março de 2016. Quatro desses países e territórios relataram que o surto já terminou.
O relatório da organização mostra também que o Chile, a Argentina e a Nova Zelândia são os países mais recentes a relatar uma possível transmissão sexual da zika. Assim, seis países (Itália, França, Estados Unidos, Argentina, Chile e Nova Zelândia) já alegaram que a infecção foi adquirida na ausência de qualquer mosquito.
Segundo balanço da OMS, 13 países registraram aumento de casos da Síndrome de Guillain-Barré, que causa paralisia muscular, e analisam a relação com o vírus.
Já os casos de microcefalia e outras lesões neurológicos foram relatados no Brasil, em Cabo Verde, na Colômbia, no Panamá, na ilha Martinica e na Polinésia Francesa. Nos Estados Unidos e na Eslovênia foram detectados casos, mas os infectados tinham viajado para o Brasil.

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