sexta-feira, 10 de julho de 2015

Aos 94, Edgar Morin lança “Ensinar a Viver. Manifesto para mudar a educação.”

Edgar Morin, pseudônimo de Edgar Nahoum, é antropólogo, sociólogo e filósofo. Nascido em Paris, está completando 94 anos. Traduzido por Edgard de Assis Carvalho e Mariza Perassi Bosco, a Editora Sulina, de Porto Alegre, brevemente estará lançando o seu mais novo livro:  ”Ensinar a Viver. Manifesto para mudar a educação.”
Morin apoiado sobre uma das mãos, diante de uma biblioteca
Imagem: Escola de Redes
Conheça a seguir algumas das opiniões de Morin sobre a escola e a educação.
Qual seria, então, na sua opinião, o maior desafio do ensino escolar hoje no mundo? Fazer esse equilíbrio sociedade tecnológica e humana, o equilíbrio entre o dinheiro e o saber, entre o humanismo e a individualidade?
Edgar Morin: Antes de mais nada, é não se deixar contaminar pela lógica da empresa. Uma universidade não é uma empresa, é como um hospital, não é uma empresa. A lógica não é a do lucro, não é a dos benefícios, não é a do equilíbrio orçamentário, é outra lógica. Depois, não obedecer ao dogma da avaliação. Avaliamos e avaliamos, quando, na realidade, a avaliação também é um jeito de calcular que ignora a complexidade das realidades humanas.
O objetivo do ensino deve ser ensinar a viver. Viver não é só se adaptar ao mundo moderno. Viver quer dizer como, efetivamente, não somente tratar as grandes questões de que falamos, mas como viver na nossa civilização, como viver na sociedade de consumo. Produzimos coisas descartáveis em vez de objetos reparáveis, que possam ser consertados. Então há toda uma lógica e é preciso dar, no ensino, os meios àqueles que vão se tornar adultos, de poder escolher alimentos, consumo, não usar o que não é bom e favorecer o que tem qualidade e o que é artesanal.
Acho que é preciso ensinar não só a utilizar a internet, mas a conhecer o mundo da internet. É preciso ensinar a saber como é selecionada a informação na mídia, pois a informação sempre  passa por uma seleção – como e por quê? É preciso ensinar, há todo um ensinamento, para nossa civilização, que não está pronto. Tem isso e ainda o ensino dos problemas fundamentais e globais. Essa é a reforma fundamental que precisa ser feita.
A seguir, a palestra de Edgar Morin no Fronteiras do Pensamento
ver aqui

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